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  • Foto do escritorPablo Albarracin

Sinais do futuro e a relevância do modelo de negócios


Em anteriores entregas falamos sobre a construção de cenários, como uma técnica para ajudar a definir estratégias que permitam manter a relevância do nosso modelo de negocio no futuro. Também falamos sobre como a construção de cenários pode ser usada como uma abordagem para resolver problemas complexos, através de diálogos abertos que favorecem encontrar pontos de vista que abrem novas oportunidades na criação de novas realidades futuras.

Todos podemos concordar com a ideia de que se olhamos para o passado este se apresenta como linear, ou seja como uma linha contínua de eventos, que são as consequências de múltiplas decisões e escolhas feitas. Mas assim também todos podemos concordar que se voltamos a mirada para o futuro não podemos ver nenhum evento, o futuro se apresenta como invisível.

Existe claro um porém. Embora não podemos ver o futuro, dependendo de quanto longe pensamos podemos sim saber com diferente grau de certeza como o futuro vai ser. Se pensarmos no futuro próximo, podemos até visualizar o que estaremos fazendo daqui a uma hora, o na tarde de hoje, ou inclusive no próximo final de semema. Mas na medida em que pensamos em futuros mais distantes o nível de incerteza aumenta até um ponto que as diferentes alternativas possíveis impedem ter um grau de certeza razoável sobre o que pode acontecer.



Se olhamos para o futuro então, embora ser invisível, podemos imaginar como um cone de possibilidades. Dentro de esse cone de futuros alternativos possíveis, existe outro cone, bem menor composto pelos futuros que tem maior probabilidade de acontecer. A sacada aqui é que dentro deles existem múltiplos futuros que podem ser os desejados e claro construídos desde o presente desde que possamos entender quais são os elementos que irão nos levar até esse ponto.

É claro, que o futuro vai depender de um conjunto de circunstancias que estão além do que podemos modificar, esse contexto vai colocando os limites dos cones, tanto do possível, mas com maior ênfase no cone dos futuros prováveis.

Desenvolver o musculo para entender esses limites é fundamental para a relevância que queremos construir.

Pensa comigo, se por ter uma má leitura das sinais imaginamos um cone de possibilidades maior do real, e desenhamos um modelo de negocio que não consegue entregar a proposta de valor. Até pode ser que o componente tecnológico seja viável, mas outros componentes não existem anda ou não são favoráveis.

Na Singularity University, chamam estes componentes com o acrónimo de STEEPS, scientific, technological, enviroment, económic, political e social.

Vamos pensar no oposto agora, erros de leitura dos sinais fazem com que imaginamos um cone mais estreito que o real, e nossa proposta de valor pode ser pouco inovadora e ter menos impacto em termos de gravidade de valor entregue, mais uma vez temos o risco de ter um modelo de negocio sem relevância.

Ter apenas a capacidade de enxergar sinais fracos, não necessariamente vai permitir a construção de um modelo de negócios de sucesso, pois ainda o contexto pode não estar pronto.

O maior problema é que a transição de sinais fracos para fortes tem um comportamento peculiar, o volume de som do sinal vai aumentando imperceptivelmente até um momento em que é ensurdecedor. É uma curva exponencial, o momento para entrar é próximo desse ponto.

A tecnologia é um componente que vai definindo o futuro. Nossa sociedade, nossa espécie, não pode se desapegar da tecnologia, é uma criação humana, deu forma a nossa cultura e hoje esta fusionada com nos de um jeito que só podemos pensar no ser humano como um ser tecnológico.

Roy Amara falou o seguinte “Tendemos a superestimar o efeito de uma tecnologia no curto prazo e subestimar o efeito no longo prazo” o que conhecemos como a Lei de Amara, que foi comprovada uma e outra vez nos últimos 50 anos.

Se combinamos a curva da Lei de Amara, com a curva da Lei de Moore para qualquer tecnologia emergente, podemos ver que inicialmente nos primórdios a nova tecnologia ainda não muito boa, nem muito fiável, mas gera uma enorme expectativa, a qual chega em um pico e logo cai pela força da falta de relevância pois tem baixa performance.



Mas a tecnologia evolui, e existe um ponto onde as curvas se tocam, um momento quando todos os componentes do contexto estão prontos para o nascimento de um novo mercado, e aqui o timing toma especial importancia, pois desde esse momento até os mercados estar formados o lapso é de entre 6 e 18 messes.

Se pensamos então qual sinal acompanhar, com certeza são as tecnologias emergentes os sinais que devemos olhar e prestar atenção, e em função dela entender como as outras, ciência, economia, política, social, e meio ambiente estão se posicionando frente a ela, facilitam ou atrapalham o desenvolvimento.

A Be Radical é uma consultora do Silicon Valey, e nas suas próprias palavras se apresentam da seguinte forma: “Acreditamos que o futuro não está escrito e ajudamos nossos clientes a abraçar o possível, visualizar o longo prazo e construir o que importa.”

Eles têm um canva para avaliar esses sinais tecnológicos, que eu não posso colocar aqui, mas posso falar sobre três elementos desse canva que ao meu entender falam também sobre a relevância do modelo ou da proposta de valor que estamos construindo.

O primeiro, com que frequência nos deparamos com o problema? Ou seja o que queremos resolver acontece frequentemente?. O segundo, quão longo/profundo é nosso envolvimento com o problema? Em outras palavras qual é o nível do impacto do problema? Finalmente o terceiro, quanta dor sentimos com o problema?

Quando uma tecnologia emergente, até então um sinal fraco, alcança um ponto onde o contexto vira favorável, pois vem a resolver um problema que acontece com mais e mais frequência, afeta a mais e mais pessoas, e as dores que o problema gera são maiores, nesse momento o sinal, até então fraco vira forte.

É o momento de definir o modelo de negocio, pois o tempo até os mercados e formarem é muito curto.

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